Linhas de indução do solenoide

Salvo quanto ao número de espiras: em vez de uma, temos agora várias, isto é, temos então um solenoide cujo fio condutor está sendo percorrido pela corrente. Espalhando-se limalha de ferro sobre a tampa da caixa, a limalha revelará as linhas de indução do campo magnético. 

Tais linhas são contínuas e fechadas; formam no interior do solenoide (paralelamente ao seu eixo) um feixe de linhas de indução; divergindo nos extremos, elas acabam por contornar o solenoide, saindo pela extremidade norte e entrando pela extremidade sul (a corrente entra pelo lado esquerdo e o enrolamento acompanha o sentido dos ponteiros de um relógio). 

 A soma dos remoinhos magnéticos de todas as espiras torna o campo magnético o qual, por conseguinte, é constituído pelo número total de linhas de indução que atravessam o solenoide. A intensidade do campo aumenta proporcionalmente ao número de espiras e camadas de espiras. O solenoide (sempre quando percorrido pela consente elétrica) possui todas as propriedades do imã, a saber: 

a) quando suspenso livremente no espaço, ele se orienta na direção norte-sul, exatamente como acontece com a agulha da bússola; 

b) o seu pólo N é repelido pelo pólo N de um imã; 

c) o pólo S do imã atrai o pólo N do solenoide; 

d) o solenoide atrai para o seu interior uma peça de ferro ou aço colocada nas proximidades de qualquer dos seus pólos; 

e) dois solenoides, um em face do outro, portam-se como se fossem dois ímãs: obedecem à lei de atracão e repulsão que rege os ímãs.

O solenoide

Uma série de espiras, dispostas umas em continuação das outras, formam um solenoide. O solenoide é, pois, um fio condutor enrolado em hélice pelo qual circula a corrente. E claro que podem ser obtidas quatro disposições diferentes, segundo seja o enrolamento feito no sentido horário, ou no sentido oposto, e ainda segundo a hélice seja percorrida pela corrente em uma direção, ou na direção contrária.

Campo magnético no centro espira

Tomemos um fio condutor, em forma de círculo, e colocado verticalmente numa caixa de madeira de modo que a metade dele apareça por sobre a tampa da referida caixa. Forcemos a passagem da corrente elétrica pelo fio e espalhamos limalha de ferro por sobre a tampa percutida.

As partículas de limalha, dispõem-se de tal forma que procuram formar círculos em torno do fio. Perto do centro do condutor circular tais partículas se dispõem quase paralelamente ao eixo do mesmo condutor. Pesquisando o campo, por dentro e por fora, mediante uma pequena bússola: a agulha imantada, toma em qualquer ponto a direção da limalha, e o seu pólo N aponta o sentido das linhas de indução do campo magnético. 

Aplique-se a regra da mão-direita, e o resultado confirmará a posição das agulhas. Tratando de corrente circular, todas as linhas de indução penetram na área do círculo sempre por uma das faces que formam a superfície imaginária do mesmo círculo, e saem todas elas pela face oposta. 

Se uma peça de ferro estiver suspensa sobre condutor curvo pelo qual circule uma corrente, tal peça tende a ser tracionada para baixo: o eixo dela é levado a coincidir com o eixo do condutor circular. O ferro é atraído até a posição em que ele possa recolher, através de si mesmo, o maior número de linhas de indução magnética gerada pela corrente. Igual tendência terá a peça B, também de ferro, onde o circuito da corrente é retangular.

Galvanômetro vertical

O galvanômetro vertical é bastante prático e de fácil manejo. Consiste ele em um solenoide E de algumas espiras, mais largo e chato do que comprido e cilíndrico. Alojada no interior do solenoide está uma pequena barra de aço imantada n-s suspensa pelo seu centro, à semelhança do travessão de balança. 

Solidário com a pequena barra encontra-se o ponteiro a, geralmente de alumínio, o qual, quando pelo solenoide não circula corrente, mantém a posição vertical de repouso, apontando o zero da escala C-C. Ao circular a corrente, a referida barra se desloca em torno do seu próprio eixo, arrastando consigo o ponteiro que percorre a escala. Se a corrente entra pelo borne A, o ponteiro se desvia, digamos, para a esquerda. Se a entrada se der pelo borne B, o desvio será então executado para a direita.

Resistências shunts

Se a corrente que vai passar pelo galvanômetro G for muito intensa, ou se o enrolamento de G for muito curto para resistir a uma corrente bastante forte, faz-se com que apenas pequena fração da corrente total circule pelo referido aparelho: o resto da corrente passará através da resistência S, ligado entre os bornes do galvanômetro. 

Tal resistência forma uma espécie de ponte por onde se deriva a corrente: a esta resistência dá-se o nome shunt . Se tanto a resistência do galvanômetro como a da derivação for de 1 ohm, metade da corrente passará pelo aparelho e metade pela derivação a que demos o nome de shunt. 

Se a resistência de G for de 2 ohms e a do shunt 1 ohm, pela bobina do galvanômetro passará duas vezes menos corrente quando em confronto com a que passa pela derivação. Isto quer dizer que a corrente registada pelo aparelho deve ser multiplicada por 3 a fim de se obter o valor da corrente total fornecida pela bateria. Por meio de resistência shunts pode-se, pois, aumentar a escala indicadora de tais instrumentos de medição.

Distribuição da corrente

A distribuição da corrente pelas derivações de um circuito em paralelo é diretamente proporcional à condutância das mesmas derivações, ou inversamente proporcional à sua resistência.

Se A e B são iguais em resistência, e se pelo circuito circula corrente de 12 amperes, 6 amperes passarão por A, e os 6 restantes por B. Se A apresenta resistência maior do que B (e por conseguinte uma condutância mais baixa), a maior parte da corrente passará pela resistência menor B, a qual tem condutância mais elevada. 

Se A apresenta 2 ohms de resistência, e B um ohm, por B passará o dobro da corrente que passa por A: um terço da corrente passará por A e dois terços passarão por B. Se a corrente total for de 12 amperes, A dará passagem a 4 amperes e B a 8.

Lei de Ohm

Em qualquer circuito voltaico devemos considerar seguintes factores: 

 a) a diferença de potencial (também chamada tensão ou pressão), expressa em volts, a qual impele a corrente elétrica para a frente (lembre-mo-nos da diferença de nível nos líquidos); 

 b) a oposição ou resistência do circuito, expressa em ohms, que a corrente elétrica tem de vencer para poder passar; 

 c) a intensidade ou volume da corrente, expresso em amperes: a intensidade é mantida no circuito como resultado da pressão vencendo a resistência.

Existe sempre uma relação definida e exata entre os três fatores citados, resultando daí que o valor de um deles pode ser obtido a partir dos outros valores conhecidos. Essa relação, conhecida pelo nome de lei de Ohm, é muito importante, pois constitui a base de todos os cálculos da engenharia elétrica.

A diferença de potencial costuma ser representada pela letra E, a resistência ôhmica pela letra R, a intensidade da corrente por I.

A intensidade da corrente aumenta proporcionalmente à diferença de potencial: quanto maior for o número de pilhas associadas em série, tanto maior será a intensidade da corrente I.

Frequência

Dá-se o nome de frequência ao número de ciclos pelos quais perfaz a corrente durante um segundo. Dizemos, por exemplo, que a freqüência de uma corrente é de 50 ciclos, quando tal corrente passa por 50 ciclos completos no intervalo de tempo de um segundo. A maior parte das concessionárias de energia elétrica adotaram, como normal, a frequência de 60 ciclos.

Ciclo

A corrente alternada passa por uma série de valores positivos durante o intervalo de tempo indicado pelo intervalo de tempo e por uma série Idêntica de valores negativos durante o intervalo Indicado pelo intervalo de tempo. Esta ação de passar por uma série completa de valores positivos e negativos se repete sucessivamente em intervalos de tempo iguais. 

A série completa de valores pela qual passa a corrente repetidas vezes chama-se cicia Por conseguinte, um ciclo consiste na série de valores que toma a corrente no Intervalo de tempo. Para formarmos ideia clara do que seja um ciclo, suponhamos, por exemplo, que em dado momento a corrente em um condutor seja nula, em outras palavras, que nele não circule nenhuma corrente. 

Imagine agora que uma corrente, de valor muito pequeno a princípio, comece a circular em uma direção que se pode chamar positiva, e que a sua intensidade aumenta até chegar a certo valor limite a que chamaremos de máximo positivo. Imaginemos ainda que daí em diante tal corrente comece a diminuir até voltar ao zero. 

Suponhamos que logo a seguir outra corrente de direção contrária à primeira, ou seja de direção negativa, comece a circular, aumentando desde zero até chegar a um máximo negativo para voltar a diminuir até reduzir-se a zero novamente. Ao conjunto destas mudanças dá-se o nome de ciclo, ou 360 graus elétricos. Cada vez que o valor de uma corrente cai a zero, a nova corrente aparece com direção invertida.

Grandeza do volt

Conforme o tipo, a diferença de potencial da pilha varia entre 1 e 2 volts. A do acumulador gira em torno de 2 volts. As lâmpadas incandescentes da iluminação doméstica necessitam de 110 ou 220 volts de tensão entre os seus terminais. 

500 volts é a força electromotriz geralmente empregada para alimentar os motores dos trólebus. Em algumas linhas de transmissão de energia elétrica existem tensões de 50000, 60000 e mesmo 200000 volts. 

Em certas pesquisas já se chegou a 1000000 dessas unidades. Originadoras do raio, e incomparavelmente mais elevadas, sê o as tensões existentes entre certos nuvens e a Terra: algumas centenas de milhões de volts.

Resistividade

É a resistência que um fio de um metro de comprimento e 1 milímetro quadrado de secção apresenta à passagem da corrente elétrica, quando a temperatura ambiente é de 18 graus celsius. A resistência específica do ferro, conforme a qualidade, varia entre 0,09 e 0,15 ohm. A da prata é apenas de 0,016: é o melhor condutor conhecido. 

A do cobre, muito próxima da da prata, varia entre 0,0162 (cobre quase puro) e 0,017 (cobre comercial). Do que acima dissemos se deduz que a prata devia ser preferida como condutor: entretanto, o emprego dela, em virtude do seu elevado custo, está restringido a alguns aparelhos de precisão e medida. O condutor mais empregado é o cobre, cuja resistência elétrica varia com as impurezas que contém: apresenta menor resistência quanto mais puro for. 

Aliás, isto se observa em quase todos os metais. Nas linhas telegráficas emprega-se geralmente o ferro, de menor custo, embora seja ele cerca de 6 vezes menos condutor do que o cobre. Damos a seguir, a resistividade aproximada de alguns outros corpos: alumínio, 0,029 — chumbo, 0,21 — aço, 0,18 — mercúrio. 0,95 — niquelina, 0,40 — constatana, 0,50 — nicromo, 1,05 — carvão de retorta, 0,50.

Variação da resistência com o comprimento

Duplicando-se o comprimento de um condutor, duplica-se-lhe também a resistência. Se o comprimento for reduzido ao meio, a resistência também fica reduzida à metade. Fio mais comprido apresenta resistência maior; fio mais curto, resistência menor.

Medida de resistências pelo método de diminuição e comparação

Semelhante método, bastante conveniente para muitas medições práticas, exige uma resistência padrão conhecida, um voltímetro e bateria. O amperímetro é desnecessário. A resistência desconhecida Rd é ligada em série com a resistência conhecida Rc e com a bateria de pilhas P. 

A queda de tensão verificada através da resistência conhecida está na mesma relação da que se verifica através da resistência desconhecida, uma vez que é a mesma a corrente que atravessa a ambas.

Condutores e Isolantes

O papel do isolante é impedir a passagem da corrente eléctrica. Tendo em vista que o bom condutor oferece baixa resistência a passagem de corrente eléctrica, e que, o bom isolante oferece alta resistência, estamos em plenas condições de manipular a eletricidade. Resistência é o inverso de condutância. Quanto maior for esta, tanto menor será aquela. 

 Os metais e suas ligas são bons condutores. A prata é o melhor condutor conhecido. Vêm em seguida, na ordem decrescente: cobre, alumínio, zinco, bronze, platina, ferro, níquel, estanho, chumbo, mercúrio, bismuto. São condutores medianos (sempre na ordem decrescente): carvão, soluções ácidas, soluções salinas. 

São quase isolantes: água pura, madeiras, mármore. São isolantes (aliás maus condutores): óleo, porcelana, papel seco, lã, seda, lacre, ebonite, mica, parafina, vidro (varia com a qualidade), ar seco. O ar seco vem no fim da lista: é o pior condutor, ou seja, o melhor isolante.

O coulomb

Qualquer dos efeitos (magnéticos, térmico ou químico) produzidos da corrente elétrica pode servir para determinar o valor dessa mesma corrente. Corrente mais forte produz efeitos mais intensos. A água que circula em um conduto é avaliada em litros por segundo: dois litros por segundo, por exemplo, quer dizer que dois litros do referido líquido atravessam qualquer ponto do conduto em cada segundo. 

Se a água passa do tubo para uma vasilha à razão de 2 litros por segundo durante 60 segundos, a quantidade de líquido que nesse tempo passou para a vasilha é de 2 X 60 = 120 litros. A eletricidade não pode ser medida diretamente como se mede vazão líquida: ela é medida de modo indireto mediante o trabalho executado pela corrente elétrica. 

As partículas metálicas contidas em um banho eletrolítico passam a depositar-se sobre um dos eléctrodos, desde que o banho seja atravessado por uma corrente: a porção assim depositada pode servir como medida da carga elétrica fornecida a eletrólise. Um coulomb de eletricidade que passa através do banho eletrolítico para prateação deposita 1,118 miligramas de prata sobre o cátodo. 

O coulomb é a unidade estabelecida para servir de base às medições de quantidade de eletricidade. Tal unidade não tem relação com o tempo que a eletricidade gasta em passar de um para outro ponto do circuito. Um coulomb exprime apenas certa quantidade de eletricidade, da mesma forma que um litro de água exprime apenas determinada quantidade desse líquido, sem nenhuma relação com segundos, minutos ou horas.

Pilha Daniell

A pilha Daniell é do tipo de dois líquidos. Compõe-se ela de um copo de vidro grande e cilíndrico, no centro do qual se acha um vaso de barro poroso que, por sua vez, contém um bastão de cobre (o cobre faz as vezes a mesma função do carvão da pilha improvisada). 

Em vez da solução de sal amoníaco, temos agora, como líquido excitador, água acidulada com ácido sulfúrico a 10%. Uma chapa de zinco, imersa em tal líquido, envolve totalmente o vaso poroso. Uma solução concentrada de sulfato de cobre, contida no vaso poroso, constitui o líquido despolarizante. 

O sulfato de cobre age como despolarizante que absorve as bolhas gasosas e poderia ser unido ao líquido excitador, entretanto o zinco seria rapidamente consumido. A finalidade do vaso poroso é, pois, de separar o líquido excitador do líquido despolarizante, sem impedir a passagem de corrente elétrica. 

A força eletromotriz do elemento é de 1 volt. A pilha Daniell apresenta, porém, grave inconveniente: ao fim alguns meses de funcionamento, o vaso de barro perde a permeabilidade em virtude de ficarem os seus poros obstruídos por depósitos de cobre: tal vaso precisa ser substituído.

Eletro-magnetismo

Depois de associadas em paralelo 3 ou 4 pilhas secas, feche o circuito mediante um pequeno fio de cobre nu, curto mas bastante grosso. Se em seguida espalharmos limalha de ferro sobre o referido condutor, observaremos que a limalha é atraída por toda a superfície do grosso fio, semelhantemente o que ocorre com um ímã. 

Qualquer parte do condutor atrairá a limalha, de modo uniforme, durante todo o tempo em que por ele passar a corrente. Cessada esta, a limalha se desprende imediatamente. O eletro-magnetismo (que se distingue do magnetismo permanente do aço) é o magnetismo criado em torno dos condutores quando por eles circula a corrente elétrica. 

Qualquer fio pelo qual passe a corrente possui campo magnético facilmente demonstrável: se do fio condutor aproximarmos uma bússola, a respectiva agulha sofrerá desvios. Tomando uma folha de cartão e colocando-a horizontalmente, faz-se passar, pelo seu centro e verticalmente, um grosso fio de cobre: por tal fio circula uma corrente elétrica intensa mantida pelas duas pilhas. Espalhando-se limalha de ferro sobre toda a extensão da superfície da folha, esta procura formar círculos concêntricos em torno do condutor.

Utilizando-se papel aquecido e parafinado, as linhas do campo magnético formadas pela limalha ficarão permanentemente fixadas na parafina. As partículas da limalha, como materiais magnéticos que são, procuram dispor-se na direção das linhas de indução circulares formadas em tomo do fio. A agulha de uma bússola colocada nas proximidades do condutor tomará a direção e o sentido tangente ao campo circular em qualquer dos seus pontos. 

Ao inverter-se o sentido da corrente, inverte-se também a direção das linhas de indução e a agulha magnética tomará ainda a direção e o sentido tangente, embora com direção oposta à primitiva. O campo magnético ao redor de fio retilíneo pelo qual passa a corrente consiste em planos paralelos de linhas de indução concêntricas cuja densidade decresce à medida que aumenta a distância entre elas e o condutor. Tais linhas não se confundem, não se cruzam, nem se cortam: elas completam o contorno circular em torno do fio independentemente uma das outras.

Material empregado na construção das linhas telegráficas

As linhas telegráficas são construídas geralmente, com fio de ferro zincado, de 4 ou 5 milímetros de diâmetro, com retorno pela terra. O de 4 mm. empregado pela maioria das estradas de ferro do Estado de São Paulo, apresenta a resistência elétrica de 10 ohms por quilômetro. O fio é apoiado, geralmente, sobre isoladores de porcelana. 

 A fim de se garantir o bom funcionamento da linha telegráfica, o emprego de isoladores de boa qualidade se impõe, uma vez que, por maior cuidado que se tenha com o isolamento, durante o tempo úmido há sempre desvios de corrente para a terra através do próprio isolador, do pino suporte, da cruzeta e do poste implantado no solo. 

Pinos, cruzetas e postes podem ser de madeira ou de ferro. Pinos e cruzetas de madeira, entretanto, asseguram melhor isolamento, notadamente em tempo chuvoso. As emendas dos fios condutores devem ser soldadas, a fim de se garantir franca passagem à corrente.

Efeitos térmicos

Tomemos um fio de cobre muito fino e liguemos as suas extremidades a uma pilha seca. O fio é aquecido a tal ponto que se torna luminoso: ficam assim demonstrados os efeitos térmicos e luminosos da corrente elétrica. 

As reações químicas que se desenvolvem no interior da pilha transformam-se, fora dela, em energia elétrica em forma de luz e calor. Se aumentarmos a corrente, aumentando a quantidade de pilhas, o fio acabará por fundir-se. Todo fio que conduz corrente elétrica se aquece até certo ponto, uma vez que mesmo os melhores condutores ainda oferecem resistência. 

A passagem da corrente. É justamente, a ação exercida pela corrente para vencer lai resistência que dá origem a essa dissipação de calor. Se o fio for bastante grosso e a corrente fraca, o calor desenvolvido será de insignificância tal que mesmo pelo tato nada se perceberá: entretanto, existe conversão de energia elétrica em calor. Se em lugar de fio grosso empregarmos fio fino e forçamos a passagem de uma corrente elétrica, o fio se aquecerá bastante. 

Uma vez que a resistência do condutor aumenta com o calor é intuitivo que, empregando-se material pouco condutor, se obterá luz e calor em intensidades apreciáveis. Em tal princípio se baseia a lâmpada incandescente, a qual consiste em um filamento muito fino colocado no interior de uma ampola de vidro contendo vácuo. 

A corrente passa através do filamento, aquecendo-o até à incandescência, e o vácuo evita que o filamento seja consumido pela combustão. Os efeitos térmicos da corrente são também utilizados em vários utensílios domésticos (ferro elétrico, por exemplo), na solda elétrica, etc.

Pilha Callaud

Na pilha Callaud, muito empregada em telegrafia, foi suprimido o vaso poroso: a gravidade mantém a solução concentrada de sulfato de cobre, bastante densa, separada do líquido excitador, menos denso. 

A modificação aperfeiçoada da Daniell, compõe-se de um vaso cilíndrico de vidro, quase cheio de água pura. Dissolve na água cristalina de sulfato de cobre. 

Em virtude da diferença de densidade entre o sulfato dissolvido e a água pura, formam-se duas camadas líquidas separadas: uma azul na parte inferior do vaso e outra clara e límpida na parte superior. Nesta última, está imerso o eletrodo de zinco.

Despolarizantes

As pilhas do comércio não apresentam semelhante inconveniente em tão alto grau. Nelas são empregadas certas substâncias químicas, denominadas despolarizantes, cujo papel é absorver as nocivas bolhas gasosas. 

Com esse fim, mergulha-se o eletródio positivo em líquido despolarizante, isto é, em líquido capaz de reduzir a formação das bolhas, surgem assim as pilhas chamadas de dois líquidos. E

m outros tipos emprega-se um corpo sólido (bióxido de manganês) como despolarizante. Dentre as inúmeras pilhas existentes descreveremos apenas as mais conhecidas: Daniell, Callaud, Leclanchè e Seca.

Regra da mão direita

A seguinte regra nos ensina a descobrir o lado para o qual a agulha da bússola será desviada quando submetida à ação da corrente elétrica: 

Coloca-se a mão direita de modo que o dedo indicador aponte na direção da corrente; a palma da mão deve estar voltada para a agulha; o fio condutor ficará situado entre a mão e a bússola; isto feito, a direção do polegar estendido apontará a direção do desvio que o pólo norte da agulha vai sofrer.

Pólos da pilha

O carvão forma o pólo positivo da pilha, e o zinco o negativa. Nos desenhos esquemáticos, o pólo positivo é assinalado por pequena cruz ( + ). Um pequeno traço (—) indica o pólo negativo.

Geração de corrente elétrica por meios químicos

Em um recipiente de vidro contendo água dissolva sal amoníaco. Dissolvido o sal, mergulhe-se no líquido uma lâmina ou bastão de zinco e um de carvão, este último retirado de uma pilha seca velha. 

O zinco e o carvão, dentro do copo, não devem entrar em contato entre si. O conjunto descrito forma uma pilha elétrica. Entre o zinco e o carvão assim dispostos existe diferença de potencial elétrico, representativa da força eletromotriz da pilha. Semelhante força, no caso presente, é de pouco mais de um volt. 

Ligue a extremidade de um deles ao zinco Z da pilha improvisada e a outra extremidade ao borne da pequena campainha elétrica, bastante sensível. O segundo fio ligará o carvão C ao outro borne da mesma campainha, a qual, feitas tais ligações, põe-se a tocar, isto porque o circuito está então fechado: uma corrente elétrica percorre os fios de ligação. 

Durante o funcionamento da campainha, o zinco da pilha entra em desgaste. À eletricidade gerada por meios químicos (pilhas ou acumuladores) dá-se o nome de eletricidade voltaica.

Imantação permanente do aço

Se a barra sobre a qual fizemos o enrolamento fosse de aço, o magnetismo nela se conservaria mesmo depois da pilha desligada: a barra se converteria em ímã permanente.

Imantação temporária do ferro por meio da corrente elétrica

Em torno de pequena barra de ferro macio enrole-se um fio de cobre, dando-lhe várias voltas. O fio deve estar isolado, a fim de se evitar contato, metálico entre as espiras do enrolamento, ou entre estas e a massa do ferro. 

Ligando-se as extremidades do referido fio aos bornes de uma pilha elétrica, surge fenômeno curioso e muito importante a barra de ferro imediatamente se converte em ímã. Se em seguida desligarmos a pilha, a imantação desaparece instantaneamente: restará no ferro apenas leve resíduo de magnetismo. 

Trata-se de magnetismo remanescente. As campainhas elétricas e outros aparelhos que serão descritos mais tarde são baseados neste fenômeno de imantação e desimantação.

Imãs em forma de U

A fim de lhe aumentar o poder de retenção, é conveniente dar ao ímã a forma de U. Uma vez que os dois pólos ficam então próximos um do outro, uma peça de ferro aderirá a eles com maior firmeza. Um ímã assim dobrado pode levantar um peso 3 ou 4 vezes superior ao que levantaria um ímã retilíneo de massa igual. Em A, está representado o campo magnético de um ímã em forma de U. Em B, enfrentam-se os pólos de nome contrário de dois desses ímãs um tanto afastados um do outro: o campo magnético ainda exerce influência no campo circunvizinho. Em C, os dois referidos ímãs se tocam: as linhas de indução, na quase totalidade, circulam reciprocamente pelo interior de ambos, resultando influência exterior quase nula. Finalmente, em D, enfrentam-se os pólos do mesmo nome: as respectivas linhas de força se repelem, ficando comprimidas.

Linhas de indução

Apoiemos uma folha de papel sobre uma barra imantada. Espalhando limalha de ferro sobre o papel observará que a mesma orienta-se conforme os polos norte e sul. As curvas obtidas são chamadas de linhas de indução. 

Tais linhas são concentradas nas proximidades dos pólos tornando-se esparsas a medida que nos afastamos destas. O campo magnético é a região do espaço onde se nota a presença das linhas de indução. Convencionou-se que as linhas de indução saem do ímã pelo pólo norte, atravessam o espaço externo e entram de novo no ímã pelo pólo sul. 

Admite-se, além disso, que elas se fecham, isto é completam o seu circuito no interior do ímã onde a marcha se verifica, portanto, do pólo sul para o pólo norte.

Localização dos pólos

Com o auxílio da bússola, a referida lei permite que determinemos a polaridade dos ímãs desprovidos de indicações. 

Pode-se ter certeza de que uma barra de ferro ou aço está imantada somente depois de se verificar que também há repulsão. Com semelhante prova também se localiza os pólos da barra em exame.

Materiais não-ferromagnéticos

Para usos práticos podemos considerar que todas as demais substâncias, tais como o cobre, chumbo, ouro, platina, latão etc, são corpos não magnéticos, isto é, são corpos sobre os quais os ímãs não exercem influência.

Orientação dos ímãs

Suponha uma pequena barra de aço magnetizada, muito leve (uma agulha imantada, em suma) suspensa pela parte central mediante comprido fio de linha, ou colocada pelo seu centro sobre ponta bem aguda de modo que possa girar livremente em plano horizontal. 

Tal agulha, assim disposta, toma sempre a mesma direção, aproximadamente a de Norte-Sul. Quer dizer que um dos seus extremos, sempre o mesmo, se volta para o Norte Geográfico e o outro para o Sul. Semelhante propriedade é utilizada nas bússolas. 

Qualquer barra imantada, quando disposta em idênticas condições, se comporta da mesma maneira. Entretanto, segundo seja mais ou menos pesada, tardaria muito em orientar-se.

Em seu primeiro semestre, estudante resolve equação de 30 anos

Um estudante nigeriano vem quebrando recordes em sua universidade no Japão. Após atingir as melhores notas registradas pela instituição desde 1965, Ufot Ekong, que ainda está no primeiro semestre, resolveu uma equação matemática que estava há 30 anos sem solução. 

Ekong é estudante de Engenharia Elétrica na Universidade de Tokai, em Tóquio, no Japão. Em sua carreira acadêmica, o aluno já ganhou seis prêmios. As informações são do The Independent. Ekong também fala inglês, francês, japonês e iorubá (um dos idiomas falado na Nigéria) e ganhou um prêmio de língua japonesa para estrangeiros. 

Para pagar a faculdade, o aluno já teve que conciliar dois empregos com os estudos. Atualmente, ele trabalha na Nissan e já tem duas patentes de carro em seu nome. A Universidade de Tokai é uma renomada instituição de ensino superior do Japão. Fundada em 1924, seu maior foco é para as áreas de Ciências e Tecnologia.

O que é Eletricidade?


A eletricidade é a área da Física responsável pelo estudo de fenômenos associados a cargas elétricas. O termo eletricidade originou-se da palavra eléktron, que é derivada do nome grego âmbar. Este, por sua vez, é uma resina fóssil que, quando atritada em algum tecido, pode passar a atrair pequenos objetos. Foi na Grécia que surgiram as primeiras definições para a eletricidade. Tales de Mileto, por volta de 600 a.C., atribuiu a existência de uma “alma” aos materiais que podiam ser eletrizados e atrair pequenos objetos. 

Mas ele se enganou ao imaginar que essa propriedade de atração devia-se ao magnetismo, e não à eletricidade. Durante milênios os fenômenos envolvendo cargas elétricas ficaram restritos apenas a curiosidades, mas, no século XVI, Willian Gilbert publicou um estudo que diferenciava magnetismo de eletricidade e introduziu alguns dos principais termos utilizados pela Física, como polos magnéticos e força elétrica. 

 Outro nome importante foi Charles Du Fay, o primeiro cientista a falar da existência de duas eletricidades. Em seguida, Benjamin Franklin, já em 1750, propôs uma teoria na qual a eletricidade seria um fluido que saía de um corpo para o outro, podendo ser negativo ou positivo. A teoria do fluido predominou até o século XIV, quando, em uma experiência com raios catódicos, J. J. Thompson descobriu a existência dos elétrons. Desde então os estudos sobre eletricidade assumiram uma enorme dimensão. 

Atualmente é impossível imaginar nossa vida sem ela. Lâmpadas, computadores, aparelhos de TV, geladeiras, entre tantos outros, proporcionam nosso conforto. Os meios de comunicação não existiriam sem os avanços nessa área. A eletricidade pode ser dividida em três partes: Eletrostática: Refere-se ao comportamento das cargas elétricas em repouso e seu estudo engloba os processos de eletrização, campo elétrico, força eletrostática e potencial elétrico. Eletrodinâmica: 

É a parte da eletricidade responsável pelo estudo das cargas elétricas em movimento. O foco dessa área é a corrente elétrica e os componentes de circuitos elétricos, como capacitores e resistores. Eletromagnetismo: Estuda a relação entre os fenômenos elétricos e magnéticos, tais como campo magnético produzido por cargas elétricas em movimento e campo elétrico produzido pela variação de fluxo magnético.